quinta-feira, 31 de maio de 2007

Autoridade

Autoridade. O que é? Onde está? Como está? De que maneira interpretar?
Segundo os dicionários de língua portuguesa, a autoridade é: "direito ou poder de mandar, de impor obediência; influência, prestígio, ascendência; pessoa que tem tal poder; pessoa que domina um assunto; permissão, autorização."
Porém, para se conquistar tudo isso que o dicionário define como autoridade, é necessário mais alguns quesito que estão implícitos na conduta do indivíduo, ou sujeito que busca essa autoridade.
(Richard Sennett, mestre da interação entre a política e a sociologia, estabelece ligações com a psicologia para investigar a construção do conceito de autoridade através da história e analisar a natureza, o papel e as várias faces da autoridade na vida pessoal e na arena pública. o autor revê as origens do medo da autoridade, nossas necessidades reais de padrões de força, orientação, estabilidade e os resultados do conflito entre o temor e a necessidade de imagens de superioridade. Ao explorar estas questões Sennett examina as formas tradicionais de autoridade (a do pai de família, a do grande senhor da sociedade) e os seus estilos contemporâneos dominantes. Mostra que tanto nossas necessidades de autoridade quanto nossa resistência a ela foram moldadas pela história e pela cultura, bem como pela predisposição psicológica. Neste envolvente estudo sobre nossa convivência com figuras de poder, Sennett investiga os vínculos estabelecidos pela revolta contra a autoridade. Mostra como os paradoxos destas relações vêm se construindo desde a Revolução Francesa e hoje expressam-se nos escritórios, nas fábricas e no governo, assim como na família e nas relações interpessoais.)
Contudo, a autoridade possui algumas características, que sem as quais não podemos legitimar como tal. Seu objetivo principal é a capacitação de transmitir medo e reverência, através da conquista das capacidades de segurança, julgamento, disciplina e medo.
Atualmente, a autoridade é vista como uma ameaça a liberdade, ingrediente do medo moderno, onde a ausência do merecimento e a liberdade de render-se a sedução estão expostas e ameaçadas por ela mesma, e também pela conduta de quem a possui.
O respeito é estrutura necessária para uma relação que envolva indivíduos e sujeitos. E nessa relação de respeito e indivíduos a autoridade aparece mais visível e concreta. Afinal, sem se legitimar como autoridade, a mesma desaparece, ou é ignorada.
Esse processo, atualmente, se constrói de modo confuso e invertendo papéis. Onde a autoridade é representada pelo autoritarismo, possibilitando a criação da idéia de se construir um sistema repressivo, onde deveria, segundo Sennett, representar algo produtivo. A questão não está imposta de maneira que a autoridade esteja perdendo a sua própria autoridade, mas de que é necessário que se construam autoridades verdadeiramente legítimas, no sentido de nos permitir agir no mundo, afim de afetá-lo e modificá-lo.
"A necessidade da autoridade é fundamental." (Sennett, 2001)
Junho/2005

Beijinhos...

E até a próxima!!!

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Plena certeza

Antes de começar a publicar meus textos (nossa como é chique "publicar meus textos")... gostaria de explicar que eles são "obras" de quando estava na faculdade, cursando Ciências Sociais, curso que eu nunca tinha ouvido falar antes de prestar o vestibular.
Meu ingresso nesse curso foi um tanto surpreendente, pois um ano antes tinha prestado vestibular para Enfermagem e Fisioterapia... tinha até me matriculado no curso de Enfermagem. Desisti! Senti que não era minha praia... pulei fora antes mesmo de começar o curso. Na verdade, resolvi prestar o tal vestibular de Enfermagem e até me matricular nele, por achar que "salvaria" meu avô. "Salvar" no sentido de poder dar a ele melhor bem estar... Achei que poderia tirar-lhe o sofrimento de estar "preso" a uma cama e a uma cadeira de rodas. Meu avô teve um AVC. Ficou com o lado esquerdo do corpo sem movimentos. Não sei o grau ao certo, mas ele já tinha tido ao longo de sua vida muitos problemas com sua saúde.
Bom... minha intenção era linda! Eu sei. Mas não me via naquele papel. Eu tinha 18 anos... no momento queria me livrar da dor que via nos olhos da pessoa que me ensinou a nadar... que me contava muitas piadas... que me dava bronca pra caramba... que exigia um bocado de mim, só por eu ser a neta primogênita... que se emocionou muito ao me ver marcar gols numa Olimpíada Estudantil (aqui da "roça" mesmo!)... que brincava na praia de contruir castelos... que na praia me ensinou a pegar "jacarés"... Enfim, eu queria vê-lo feliz com a vida novamente!!! Mas não daquela forma. Eu não suportaria, como enfermeira, passar pelas situações que elas passam. Seria um fracasso. Horrível. Fugiria da luta!
Como a incerteza ainda batia em minha porta na hora de "escolher o meu futuro", resolvi trabalhar e fiz cursinho por um ano! Mas chegou novamente o momento de decidir minha vida... Entre muitas revistas de profissões, me interessei pela Ciências Sociais. Já tinha uma quedinha pela a geografia, mas queria algo mais... Não sabia o que era, nem sobre o que falava esse curso de Ciências Sociais,mas tinha algo que me chamava atenção... "Algo a mais..."
Prestei o vestibular e passei!!!
Me lembro perfeitamente como me senti um peixe fora d'água no primeiro dia... E na primeira semana então?!... Tive um professor por quem chorei uma semana... Justamente a primeira semana... Chorei de medo... insegurança... não me sentia mais capaz de continuar... Hoje levo numa boa e até faço piada... Quase ele conseguiu que eu desistisse de mais uma faculdade... mas dessa vez, com uma semana de experiência!
Mas não conseguiu!!!! E hoje sou uma Cientista Social com muito orgulho!!!
Orgulho da minha utopia! Da minha loucura!
Orgulho da minha luta! Da minha escolha!
Por isso, a partir deste post trarei alguns textos que escrevi na Faculdade. Não será contínua a publicação deles... mas sempre que puder estarei colocando-os.
Para mim, isso é uma resposta ao professor, que um dia substimou não só o meu potencial, mas o potencial dos meus grandes amigos e companheiros!

Ps.: Costumava falar na faculdade: "caí de gaiato nesse barco, mas acho que foi a melhor coisa que fiz na minha vida!" Hoje tenho a plena certeza que foi a melhor coisa que fiz!!!

Beijinhos...

E até a próxima!!!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Sonho encantado

"Eu quis saber da minha estrela-guia
Onde andaria meu sonho encantado
Fada-madrinha vara de condão
Esse meu coração sonhando acordado

Vai nos levar para um mundo de magia
Onde a fantasia vai entrar na dança
E quando o brilho do amor chegar
Eu quero é mais brincar, melhor é ser criança

Uni duni duni te, ô ô ô ô
Salamé mingúe, ô ô ô ô
Sorvete colore
Sonho encantado onde está você?

A carruagem vai seguir viagem
E o trem da alegria vai pedir passagem
Na direção do amor que eu preciso
Do meu paraíso, doce paisagem

Vai nos levar para um mundo de magia
Onde a fantasia vai entrar na dança
E quando o brilho do amor chegar
Eu quero é mais brincar, melhor é ser criança

Uni duni duni te, ô ô ô ô
Salamé mingúe, ô ô ô ô
Sorvete colore, ô ô ô ô
Sonho encantado onde está você?"

O tema pode parecer um tanto nostálgico... Mas na minha modesta opinião, ainda não encontrei nada melhor do que ser criança!!! É óbvio que a vida nos proporciona coisas boas... momentos que realmente valem a pena serem vividos, mas acredito que em todos esses momentos a magia da criança, o espírito da infância é o que move cada circunstância!!!
Engraçado é ter a consciência hoje do quanto o melhor de tudo é ser criança... Pois quando você é criança quer ser adolescente... e aí quando é adolescente, quer ser jovem... e quando é jovem quer ser adulto!!! Mas só aí quando você se torna um ser suficiente maduro, percebe que gostaria mesmo era de ser "Peter-Pan"!!!
A infância é uma fase onde tudo é mágico! Tudo brilha! É encantado!!!
Brincar na rua!!! Aqui na "roça" isso ainda era possível a uns dez, quinze anos atrás. Hoje se tornou um pouco mais perigosa essa arte!
Saudades... do tempo em que as brincadeiras integravam as crianças como seres humanos, no sentido que a proximidade fortalecia as relações humanas.
Hoje, sinto muito em ver crianças na frente de uma tela de computador... sem ter a "possibilidade" de estar junto de outras crianças para brincar de "barra-manteiga", de "pular-sela", de "passa-anel"... de "brigar" por que o seu time ficou mais fraco... ou por uma tacada errada do parceiro no jogo de taco...
Saudades... de sair correndo atrás da bola no meio da rua com calçamento de paralelepípedo, sem saber se estava vindo carro ou não...
Saudades... de quando chegava em casa com a canela roxa, joelho esfolado, dedão do pé ralado... e apesar da dor, lavava com sabão e esfregava com a "bucha"...
O tempo passa... e não volta! A não ser na lembrança de cada momento feliz!
O tempo passa... e contrói dentro de nós alicerces firmes para enfrentarmos a vida... A vida como ela é!
O importante é sempre deixar a criança que existe dentro de você viva! E guiá-la com leveza, brilho, magia, encanto e fantasia rumo a felicidade!

Beijinhos...

E até a próxima!!!

domingo, 27 de maio de 2007

"Eu nasci a dez mil anos atrás"

Raul Seixas. Esse é o seu nome. Esse cara era realmente sensacional!!! Digo pelas letras das suas músicas. Digo pelo seu jeitão "divertido" de ser!!!
"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo..."
Ontem, apesar do frio, me agasalhei razoavelmente bem... me aqueci com uma taça de vinho e sai de casa... Tinha rumo certo. Um show de Raul Seixas Couver! Descobri que iria ter esse show a umas três semanas atrás quando me deparei com o artista num palco, ajoelhado cantando: "Enquanto você se esforça pra ser... um sujeito normal... e fazer tudo igual..." Pensei e prometi a mim mesma: "nesse show eu não falto!" Na hora achei que seria cômico, mas me surpreendi com a elegância com que fui apresentada ao grande Raulzito!!! Não que eu já não conhecesse essa fera, mas tinha alguma coisa no ar ontem... Uma magia estranha. Ontem realmente "eu perdi o meu medo, meu medo, meu medo da chuva..."
Fiquei com muitas das palavras enfatizadas nas letras de Raul Seixas povoando minha mente, "controlando minha maluquez, misturada com minha lucidez..." Descobri que o cara era um poeta! "Maluco beleza" mas poeta!

Beijinhos...

E até a próxima!!!

Ps.: Agora aproveitem e desfrutem um pouquinho de Raul Seixas...

O dia em que a Terra parou

"Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou

Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém

O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar

No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

No dia em que a Terra parou

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei

No dia em que a Terra parou"

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Bodas de Prata

"O que falta a todas as mulheres para fazerem uma carreira brilhante é uma esposa em casa." - Margareth Mead

Hoje dedico meu post aos meus "velhinhos", que ainda nem são tão velhinhos assim, apesar de já terem completados 25 anos de casados... E por sinal, modéstia a parte dizendo, 25 anos BEM CASADOS!!!!
Haja paciência para se conquistar algo a mais como esses dois conquistaram. Além do respeito mútuo, toda a dedicação e superação para se criar três filhos, serem felizes como nunca vi um casal. Tudo bem, eu sei que sou suspeita, afinal estou falando de meus pais: Evair e Elisabeth (mais conhecida por Bebé). Mas é incrível como viveram e vivem bem apesar dos percalços da vida.
Por esse e alguns muitos outros motivos que dedico minhas palavras a essas duas pessoas gigantes de coração e alma. É com imenso orgulho que na terça-feira, 21 de maio de 2007, não pude deixar de me emocionar com as Bodas de Prata deles.
Para não passar batido, e eu acho que realmente não poderia deixar passar, foi celebrada uma missa, cá entre nós lindíssima celebração onde pudemos (me incluo nessa pelo motivo de "ter sido a culpada" dessa história toda) reafirmar o amor, a união, o respeito, a lealdade, a sinceridade que existiu e existe nesse casal.
Bom... tudo começou a um tempo atrás quando o portão da casa de meu avô Alemão (pai da minha mãe) ainda era fechado com uma tramela... coisa antiga, mas não muito longe daqui. Era paixão! Imaginem, meu pai tinha 18 anos servia o exército ainda, e minha mãe com 16 ainda cursava o ensino médio... Namoraram aproximadamente dois anos. Entre fugas da "guarda do exército" e muita discoteca nos bons tempos do Itatiba Esporte Clube (clube da cidade do interiorrrr)... o namoro foi esquentando, como naturalmente esquenta nessa fase de transição da adolescência para a juventude. Eu, a primogênita, pronta para desfrutar da vida terrestre resolvi apimentar a relação, e num desses amassos achei que hora de chegar!!!
Minha mãe, filha caçula de seis mulheres... grávida!!! Grávida aos 17 anos!!! Teve que casar!
A vida nem sempre foi fácil para nós... Minhas avós diziam: "duas crianças para cuidar de outra!" Preocupação natural de mães... eu acho?!
Enfim, aos 23 anos minha mãe já tinha três crianças. Hoje brincamos que eles não tinham TV em casa... por isso a rapidez na reprodução!!!
Mas isso não impediu de continuarem se amando e construindo algo a mais.
Hoje me sinto plena nessa família e completamente orgulhosa! E agradeço por ter sido a "apressadinha"!!!
Deixo aqui meus PARABÉNS a esse casal que sempre buscaram algo a mais nessa vida, e construíram, sem nenhuma dúvida, uma família repleta de luz e magia!
Pai e Mãe amo muito vocês!!!

Beijinhos...

E até a próxima!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Nasceu!!!

Nasceu meu mais novo pupilo... meu mais novo filhote... Não "demorou" exatamente nove meses, mas tempo suficiente para amadurecer e estar aqui... pronto para vocês curtirem... e claro, eu também!!!
Achei bem interessante expor minhas idéias, meus sonhos, desejos, loucuras, inseguranças, medos, desafios, ideologias num blog. Mas isso depois que me tornei leitora assídua do "Jeca Urbana". Salve Tatiana, e obrigada por despertar em mim essa vontade de que outras pessoas façam parte das minhas maluquices!!!
Eu espero começar essa saga bem... minha idéia era escrever sobre algo bem interessante, cativante...
Gostaria de escrever hoje "algo a mais..."
Algo a mais... para alegrar os que por motivos tolos não abriram um lindo sorriso ainda hoje...
Algo a mais... para fazer voar aquele pensamento que vive de "pé no chão"...
Algo a mais... para fluir boas energias para aqueles que necessitam delas mais do que eu nesse momento...
Algo a mais... para enlouquecer os que são muito certinhos e não viajam na "maionese"...
Algo a mais... para que corações palpitassem mais que o normal...
Meu intuito é sempre escrever "algo a mais..." Por mais tolos e bobos que possam vir a parecer meus posts, sempre estarei tentando tirar algo a mais... E que seja das palavras, dos sentimentos, das sensações, do momento... Sempre existirá "algo a mais..."
Tentar enxergar as coisas de um outro ângulo, às vezes, favorece a opinião formulada.
Por isso sempre tente ver "além do horizonte..." sempre se presentei com algo a mais nos momentos, nas palavras...
Beijinhos...
E até a próxima!