Semente do amanhã

Há algum tempo atrás tivemos eleições para prefeito e vereador. Para ser mais precisa, há três anos. Sem querer, querendo estava no meio dessa "festa da democracia". Essa expressão creio que não tem muita veracidade, porém o fato é que de quatro em quatro anos desde 1992 faço parte dessa "algazarra" chamada eleições.
Não que seja filiada a algum partido político, pois sempre me recusei a tal coisa, não acredito muito nessa nossa política, mas pelo meu pai. Explico. Meu querido papis se ingressou na política. Não sei os motivos ao certo, mas penso que procurava desenvolver um trabalho justo e honesto na administração pública.
Desde 1992 em toda eleição era uma "delícia". A emoção de estar envolvida com o povo nos momentos que antecedem o grande dia, o dia da votação é indescritível. Acho que está na genética! Foram 12 anos de luta, de continuação de um trabalho correto.
Em 2004 essas emoções foram um pouco além... afinal, papis resolveu sair candidato à vice-prefeito. A candidatura de vice-prefeito requer um trabalho mais árduo. E estávamos juntos nessa luta!
Apesar de toda frustração no momento, hoje vejo que valeu muito a pena tudo o que plantamos. Ainda não colhemos os frutos dessa campanha, mas tenho a certeza que as sementes foram plantadas.
Minha revolta foi grande!
Os dias passavam e eu sentia que precisava fazer algo a mais... resolvi escrever para o jornal, um texto de desabafo, em que pudesse expressar minha decepção com o povo dessa cidade e minha gratidão a dois gigantes que lutaram até o fim. Ou melhor, quem sabe o começo de tudo!

"Eleições mais despolitizadas do que as quais tivemos a um mês atrás nunca existiram!!! A não ser naquela época em que o voto era chamado de "voto de cabresto", e mesmo naquela época a democracia não se dizia tão democrática quanto hoje, ou até mesmo não existia.
Nota-se que nesse ano de 2004 até pareciam os votos serem de cabresto, só que ao invés de estarem os eleitores sendo coagidos, o cabresto se deu nos bolsos dos mesmos!
A indignação, seguida de raiva, acompanhada pelo absurdo, trazido pela tristeza me deixou pasma. Não seria possível. O que deu errado?! O que fizemos de errado?! O resultado me fazia acreditar que a maioria do povo protestava a reeleição, porém não adiantou... 31% da população escolheu quem deveria, mais uma vez administrar a cidade.
Revolta contra o povo foi minha primeira reação a essa notícia... tanta luta, sofrimento, esforços... "Cada povo merece o que tem."
Após um mês, a situação não é mais de revolta, afinal reconheço que a maioria protestou, não queria a continuidade.
E além desse quesito, escrevo não para protestar o voto daqueles 31% que elegeram mais uma vez o prefeito atual, mas escrevo para parabenizar e agradecer a duas pessoas, dois seres humanos geniais, pessoas raras, uns dos maiores que já tive oportunidade de conhecer: João Fattori e Evair, pela coragem que brota no peito de vocês, pela hombridade, pela brilhante capacidade de realizar um sonho.
Foi com imenso orgulho e prazer que no dia 03/10 depositei meu voto de confiança numa proposta honesta, sincera e um tanto maravilhosa! Acreditando no resgate dos valores, na esperança de vida melhor, de solidariedade. Votei consciente!
Creio na continuação desse trabalho, o qual vocês desenvolveram juntos, na construção de novas metas, novos sonhos, novas teorias. Para juntos fazermos o futuro que a cidade merece e que a população precisa!"

Apesar de estarmos sempre com o pé no chão e sermos muito realistas quanto a nossa situação nessa eleição de 2004, pois éramos partido de chapa única, tínhamos pouco dinheiro para a campanha, pouca gente para trabalhar... acreditávamos que alcançaríamos algo a mais... tocaríamos de alguma forma a consciência desse povo. E mesmo não estando no poder, não conseguindo a vitória marcaríamos a história das eleições de Itatiba. E acima de tudo nossa própria história de vida!

Beijinhos...

E até a próxima!!!